Homenagem a Paulo Freire em seu centenário de nascimentos
de Frei Betto – 09/09/2021
Posso afirmar, sem receio de exagerar, que Paulo Freire é raiz da história do poder popular brasileiro nos 50 anos entre 1966 e 2016. Esse poder surgiu, como árvore frondosa, da esquerda brasileira atuante na segunda metade do século XX: grupos que lutaram contra a ditadura militar (1964-1985); as Comunidades Eclesiais de Base das Igrejas cristãs; a abrangente rede de movimentos populares e sociais despontados nos anos 1970; o sindicalismo combativo; e, na década de 1980, a fundação da CUT (Central Única dos Trabalhadores); da ANAMPOS (Articulação Nacional dos Movimentos Populares e Sindicais) e, em seguida, da CMP (Central de Movimentos Populares); do PT (Partidos dos Trabalhadores); e do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra); e de tantos outros movimentos, ONGs e entidades.
Se eu tivesse que responder à sugestão: “Aponte uma pessoa causa de tudo isso.” Eu diria, sem nenhuma dúvida: Paulo Freire. Sem a metodologia de educação popular de Paulo Freire, não haveria esses movimentos, porque ele nos ensinou algo de muito importante: ver a história pela ótica dos oprimidos e torná-los protagonistas das mudanças na sociedade.
Os excluídos como sujeitos políticos
Ao sair da prisão política, em fins de 1973, tive a impressão de que toda luta aqui fora havia acabado por força da repressão da ditadura militar, até porque todos nós, imbuídos da pretensão de sermos os únicos entendidos em luta capaz de resgatar a democracia, estávamos na cadeia, mortos ou no exílio. Qual não foi a minha surpresa ao encontrar uma imensa rede de movimentos populares disseminados por todo o Brasil.
Quando o PT foi fundado, em 1980, vi companheiros de esquerda reagirem: “Operários? Não. É muita pretensão operários quererem ser a vanguarda do proletariado! Somos nós, intelectuais teóricos, marxistas, que temos capacidade para dirigir a classe trabalhadora”. No entanto, no Brasil os oprimidos começavam a se tornar não só sujeitos históricos, mas também lideranças políticas, graças ao método Paulo Freire.
Uma vez, no México, companheiros de esquerda me perguntaram:
— Como fazer aqui algo parecido ao processo de vocês lá no Brasil? Porque vocês têm um setor de esquerda na Igreja, um sindicalismo combativo, o PT… Como se obtém essa força política popular?
— Comecem fazendo educação popular – respondi – e daqui a trinta anos…
Eles me interromperam:
— Trinta anos é muito! Queremos uma sugestão para três anos.
— Para três anos não sei como fazer – observei -, mas para trinta anos sei o caminho.
Em resumo, todo o processo de acumulação de forças políticas populares, que resultou na eleição de Lula a presidente do Brasil, em 2002, e manteve o PT no governo federal por treze anos, não caiu do céu. Tudo foi construído com muita tenacidade a partir da organização e mobilização de bases populares pela aplicação do método Paulo Freire.
O método Paulo Freire
Conheci o método Paulo Freire em 1963. Eu morava no Rio de Janeiro, integrava a direção nacional da Ação Católica. Ao surgirem os primeiros grupos de trabalho do método Paulo Freire, engajei-me em uma equipe que, aos sábados, subia para Petrópolis, distante 70km do Rio, para alfabetizar operários da Fábrica Nacional de Motores. Ali descobri que ninguém ensina nada a ninguém, uns ajudam os outros a aprenderem.
O que fizemos com os trabalhadores daquela fábrica de caminhões? Fotografamos as instalações, reunimos os operários no salão de uma igreja, projetamos diapositivos e fizemos uma pergunta absolutamente simples:
— Nesta foto, o que vocês não fizeram?
— Bem, não fizemos a árvore, a mata, a estrada, a água…
— Isso que vocês não fizeram é natureza – dissemos.
— E o que o trabalho humano fez? – indagamos.
— O trabalho humano fez o tijolo, a fábrica, a ponte, a cerca…
— Isso é cultura – dissemos. — E como essas coisas foram feitas?
Eles debatiam e respondiam:
— Foram feitas na medida em que os seres humanos transformaram a natureza em cultura.
Em seguida, aparecia a foto do pátio da Fábrica Nacional de Motores ocupado por muitos caminhões e as bicicletas dos trabalhadores. Simplesmente perguntávamos:
— Nesta foto, o que vocês fizeram?
— Os caminhões.
— E o que vocês possuem?
— As bicicletas.
— Vocês não estariam equivocados?
— Não, nós fabricamos os caminhões…
— E por que não vão para casa de caminhão? Por que vão de bicicleta?
— Porque o caminhão custa caro, e não pertence a nós.
— Quanto custa um caminhão?
— Cerca de 40 mil dólares.
— Quanto vocês ganham por mês?
— Bem, ganhamos em média 200 dólares.
— Quanto tempo cada um de vocês precisa trabalhar, sem comer, sem beber, sem pagar aluguel, economizando todo o salário para, um dia, ser dono do caminhão que você faz?
Aí eles começavam a calcular e tomavam consciência da essência da relação capital x trabalho, o que é mais-valia, exploração etc.
As noções mais elementares do marxismo, enquanto crítica do capitalismo, vinham pelo método Paulo Freire. Com a diferença de que não estávamos dando aula, não fazíamos o que Paulo Freire chamava de ‘educação bancária’, ou seja, enfiar noções de política na cabeça do trabalhador. O método era indutivo. Como dizia Paulo, nós, professores, não ensinávamos, mas ajudávamos os alunos a aprenderem.
Culturas distintas e complementares
Quando cheguei a São Bernardo do Campo (SP), em 1980, havia militantes de esquerda que distribuíam jornais entre as famílias dos trabalhadores. Certo dia, dona Marta me indagou:
— O que é “contradição de crasse”?
— Dona Marta, esqueça isso.
— Não sou de muita leitura – justificou-se – porque minha vista é ruim e a letra, pequena.
— Esqueça isso – eu disse. — A esquerda escreve esses textos para ela mesma ler e ficar feliz, achando que está fazendo revolução.
Paulo Freire nos ensinou, não só a falar em linguagem popular, plástica, não academicamente conceitual, mas também a aprender com o povo. Ensinou o povo a resgatar sua autoestima.
Ao sair da prisão, morei cinco anos em uma favela no Espírito Santo. Lá trabalhei com educação popular no método Paulo Freire. Ao retornar a São Paulo, no fim dos anos 1970, Paulo Freire me propôs dar um balanço da nossa experiência em educação e, graças à mediação do jornalista Ricardo Kotscho, produzimos o livro chamado “Essa escola chamada vida” (Ática). É o seu relato como educador e criador do método, e da minha experiência como educador de base.
No livro, conto que na favela em que eu morava havia um grupo de mulheres grávidas do primeiro filho, assessoradas por médicos da Secretaria Municipal da Saúde. Perguntei aos médicos por que trabalhar apenas com mulheres grávidas do primeiro filho.
— Não queremos mulheres que já tenham vícios maternais. – disseram – Queremos ensinar tudo.
Pois bem, passados uns meses, bateram na porta do meu barraco.
— Betto, queremos sua ajuda.
— Minha ajuda?
— Há um curto-circuito entre nós e as mulheres. Elas não entendem o que falamos. Você, que tem experiência com esse povo, podia nos assessorar
Fui assistir ao trabalho deles. Ao entrar no Centro de Saúde do morro, fiquei assustado. Ali estavam mulheres muito pobres, e o Centro havia sido todo enfeitado com cartazes de bebês Johnson, loirinhos de olhos azuis, propaganda da Nestlé etc. Diante daquele visual, reagi:
— Está tudo errado. Quando as mulheres entram aqui e olham esses bebês, percebem que isso é outro mundo, não tem nada a ver com os bebês do morro.
Assisti ao trabalho dos médicos. Percebi que falavam em FM e as mulheres estavam sintonizadas em AM. A comunicação realmente não funcionava. Numa sessão, o doutor Raul explicou, em linguagem científica, a importância do aleitamento materno e, portanto, das proteínas, para formação do cérebro humano. Quando ele terminou a exposição, as mulheres o fitaram como eu ao abrir um texto em mandarim ou árabe: não entendo nada.
— Dona Maria, a senhora entendeu o que doutor Raul falou? – perguntei.
— Não, não entendi, só entendi que ele falou que o leite da gente é bom pra cabeça das crianças.
— E por que a senhora não entendeu?
— Porque não tenho estudo. Frequentei pouco a escola, nasci pobre na roça. Eu tinha que trabalhar na enxada e ajudar no sustento da família.
— E por que o doutor Raul soube explicar tudo isso?
— Porque ele é doutor, é estudado. Ele sabe e eu não sei.
— Doutor Raul, o senhor sabe cozinhar? – indaguei.
— Nem café sei fazer.
— Dona Maria, a senhora sabe cozinhar?
— Sei.
— Sabe fazer frango ao molho pardo (prato que, no Espirito Santo, e também em algumas áreas do Nordeste, é chamado de galinha de cabidela)?
— Sei.
— Por favor, fica de pé – pedi – e conta pra gente como se faz um frango ao molho pardo.
Dona Maria deu uma aula de culinária: como se mata o frango, de que lado se tiram as penas, como preparar a carne e fazer o molho etc.
Quando ela se sentou, falei:
— Doutor Raul, o senhor sabe fazer um prato desses?
— De jeito nenhum, até gosto, mas não sei cozinhar.
— Dona Maria – concluí – a senhora e o doutor Raul, os dois perdidos em uma mata fechada, famintos e, de repente, aparece uma galinha. Ele, com toda cultura, morreria de fome, a senhora não.
A mulher abriu um sorriso de orelha a orelha. Ela descobriu, naquele momento, um princípio fundamental de Paulo Freire: não existe ninguém mais culto do que o outro, existem culturas distintas, socialmente complementares. Se pusermos na balança toda minha filosofia e teologia, e a culinária da cozinheira do convento em que vivo, ela pode passar sem meus conhecimentos, mas eu não posso passar sem a cultura dela. Eis a diferença. A cultura de uma cozinheira é imprescindível para todos nós.
Paulo Freire e desafios de futuro
Diante da emergência de tantos governos autoritários e da profusão de mensagens antidemocráticas, racistas, homofóbicas, machistas e negacionistas nas redes digitais, me parece de suma importância revisitar Paulo Freire nesta data do centenário de seu nascimento.
O refluxo das forças progressistas na América Latina nos últimos anos, e o despontar de figuras neofascistas como Bolsonaro no Brasil, nos obrigam a reconhecer que há décadas abandonamos o trabalho de base de organização e mobilização populares. Esse vazio junto às populações da periferia, das favelas, das zonas rurais pobres, vem sendo ocupado pelo fundamentalismo religioso, pelo narcotráfico e milicianos.
Em suas obras, Paulo Freire nos ensina que não há mobilização sem prévia conscientização. É preciso que as pessoas tenham um “varal” onde pendurar os conceitos políticos e as chaves de análise da realidade. O “varal” é a percepção do tempo como história.
Há civilizações, tribos, grupos, que não têm percepção do tempo como história. Os gregos antigos, por exemplo, acreditavam que o tempo é cíclico. Hoje, o tempo cíclico retorna por meio do esoterismo, do negacionismo, do fatalismo e do fundamentalismo religioso. Mas retorna, sobretudo, pelo neoliberalismo.
A essência do neoliberalismo é a desistorização do tempo. Quando Fukuyama declarou que “a história acabou”, ele expressou isto que o neoliberalismo quer nos incutir: Chegamos à plenitude dos tempos! O modo neoliberal de produção capitalista, baseado na supremacia do mercado, é definitivo! Poucos são os escolhidos e, muitos, os excluídos. E não adianta mais querer lutar por uma sociedade alternativa, um “outro mundo possível”!
De fato, hoje em dia é difícil falar em sociedade alternativa. Socialismo então, nem pensar! Criou-se um pudor, um bloqueio intelectual e emocional. “O socialismo acabou, desabou, ruiu, foi enterrado!”, alardeiam as pitonisas. As alternativas que se colocam são, em geral, intrassistêmicas.
A noção de que o tempo é história vem dos persas, repassada aos hebreus e acentuada pela tradição judaica. Três grandes paradigmas de nossa cultura são de origem judaica – Jesus, Marx e Freud – e, portanto, trabalharam com a categoria de tempo como história.
Não se consegue estudar o marxismo sem aprofundar os modos de produção anteriores, para entender como se chegou ao modo de produção capitalista. E entender, em seguida, como suas contradições poderiam levar aos modos de produção socialista e comunista. A análise marxista supõe, portanto, o resgate do tempo como história. Se alguém faz análise ou terapia, o psicanalista logo pergunta ao paciente sobre o seu passado, sua infância, sua criação. Se o paciente puder falar sobre sua vida intrauterina, tanto melhor… Toda a psicologia de Freud é um resgate de nossa temporalidade como indivíduos.
A perspectiva de Jesus era histórica. O Deus de Jesus se apresenta com currículo vitae: não é um deus qualquer – é Deus de Abraão, Isaac e Jacó – ou seja, um Deus que faz história. A categoria principal da pregação de Jesus é histórica: o Reino de Deus. Embora colocado lá em cima pelo discurso eclesiástico, teologicamente não se situa lá em cima. O Reino é algo lá na frente, é a culminância do processo histórico.
É curioso que na Bíblia a história, como fator de identificação do tempo, é tão forte que no relato do Gênesis a Criação do mundo já aparece marcada por essa historicidade do tempo antes do aparecimento do ser humano.
Para muitos, história é aquilo que homens e mulheres fazem. Então, não haveria história antes do surgimento de homens e mulheres, tanto que se fala em pré-história. Para a Bíblia, já há história antes do aparecimento do ser humano. Tanto que os gregos consideravam o deus dos hebreus uma entidade muito incompetente. Um verdadeiro deus cria como o Nescafé: instantâneo, e não a prazo, como mostra o relato bíblico. Ora, no relato da Criação, em sete dias, já há historicidade. E Paulo Freire, homem de formação cristã e militante adepto dos fundamentos do marxismo, soube perceber a importância da leitura do mundo como condição da leitura do texto.
Ao neoliberalismo não convém essa perspectiva. Por isso, não se pode fazer educação popular sem ter o “varal” para dependurar as roupas… Esse “varal” – o tempo enquanto história – é fundamental para que se possa visualizar o processo social e político. Isso acontece também na dimensão micro de nossas vidas. Por que, hoje, muitos têm dificuldade de ter projetos de vida? Por que jovens chegam ao 20 anos sem a menor ideia do que pretendem ser ou fazer da vida? Para muitos deles, tudo é aqui e agora.
Portanto, se queremos resgatar o legado de Paulo Freire, o caminho é voltar ao trabalho de base com as classes populares, adotando o seu método em uma perspectiva histórica, aberta às utopias libertárias e ao horizonte democrático. Fora do povo não há salvação. E se acreditamos que a democracia deve ser, de fato, o governo do povo para o povo e com o povo, não resta alternativa senão adotar o processo educativo paulofreiriano que situa os oprimidos como protagonistas políticos e históricos.
Quando Paulo Freire retornou de 15 anos de exílio, em agosto de 1979, nos encontramos em São Paulo. Éramos vizinhos e, com frequência, eu o visitava. Estreitamos muito as nossas relações pessoais.
Assim, termino esta homenagem com este texto que escrevi no dia 2 de maio de 1997, data da transvivenciação de Paulo Freire:
“Ivo viu a uva”, ensinavam os manuais de alfabetização. Mas o professor Paulo Freire, com o seu método de alfabetizar conscientizando, fez adultos e crianças, no Brasil e na Guiné-Bissau, na Índia, na Nicarágua e em tantos outros lugares, descobrirem que Ivo não viu apenas com os olhos. Viu também com a mente e se perguntou se uva é natureza ou cultura.
Ivo viu que a fruta não resulta do trabalho humano. É Criação, é natureza. Paulo Freire ensinou a Ivo que semear uva é ação humana na e sobre a natureza. E a mão, multiferramenta, desperta as potencialidades do fruto. Assim como o próprio ser humano foi semeado pela natureza em anos e anos de evolução do Universo.
Colher a uva, esmagá-la e transformá-la em vinho é cultura, assinalou Paulo Freire. O trabalho humaniza a natureza e, ao realizá-lo, o homem e a mulher se humanizam. Trabalho que instaura o nó de relações, a vida social. Graças ao professor, que iniciou sua pedagogia revolucionária com trabalhadores do Sesi de Pernambuco, Ivo viu também que a uva é colhida por boias-frias, que ganham pouco, e comercializada por atravessadores, que ganham muito mais.
Ivo aprendeu com Paulo que, mesmo sem ainda saber ler, ele não é uma pessoa ignorante. Antes de aprender as letras, Ivo sabia erguer uma casa, tijolo a tijolo. O médico, o advogado ou o dentista, com todo o seu estudo, não é capaz de construir como Ivo. Paulo Freire ensinou a Ivo que não existe ninguém mais culto do que o outro, existem culturas paralelas, distintas, que se complementam na vida social.
Ivo viu a uva e Paulo Freire mostrou-lhe os cachos, a parreira, a plantação inteira. Ensinou a Ivo que a leitura de um texto é tanto melhor compreendida quanto mais se insere o texto no contexto do autor e do leitor. É dessa relação dialógica entre texto e contexto que Ivo extrai o pretexto para agir. No início e no fim do aprendizado é a práxis de Ivo que importa. Práxis-teoria-práxis, num processo indutivo que torna o educando sujeito histórico.
Ivo viu a uva e não viu a ave que, de cima, enxerga a parreira e não vê a uva. O que Ivo vê é diferente do que vê a ave. Assim, Paulo Freire ensinou a Ivo um princípio fundamental de epistemologia: a cabeça pensa onde os pés pisam. O mundo desigual pode ser lido pela ótica do opressor ou pela ótica do oprimido. Resulta uma leitura tão diferente uma da outra como entre a visão de Ptolomeu, ao observar o sistema solar com os pés na Terra, e a de Copérnico, ao imaginar-se com os pés no Sol.
Agora Ivo vê a uva, a parreira e todas as relações sociais que fazem do fruto festa no cálice de vinho, mas já não vê Paulo Freire, que mergulhou no Amor, na manhã de 2 de maio de 1997. Deixa-nos uma obra inestimável e um testemunho admirável de competência e coerência.
Paulo deveria estar em Cuba, onde receberia o título de Doutor Honoris Causa, da Universidade de Havana. Ao sentir dolorido seu coração que tanto amou, pediu que eu fosse representá-lo. De passagem marcada para a Palestina, não me foi possível atendê-lo. Contudo, antes de embarcar fui rezar com Nita, sua mulher, e os filhos, em torno de seu semblante tranquilo: Paulo via Deus.