O 7º prêmio Erwin Kräutler será para a teóloga brasileira Ivoneide Viana de Queiroz
de Redação – 09/07/23
No dia 05 de julho deste ano, em reunião virtual com o Pe. Christian Tauchner e o Prof. Franz Gmainer-Pranzl da Universidade de Salzburg, a Ir. Ivoneide Viana de Queiroz foi informada de que sua Tese foi escolhida pelo júri do Prêmio Erwin Kräutler de Teologia contextual, diálogo inter-religioso e pesquisa Teológica da Libertação. O prêmio, que é bienal, será outorgado em 05 de outubro, na cidade de Salzburg na Áustria.
Ivoneide Viana de Queiroz é pernambucana, da cidade de Triunfo e é religiosa da Congregação das Irmãs Franciscanas de Maristella, Congregação de origem alemã presente no Brasil há 85 anos. Ir. Ivoneide é missionária no Pará desde 2012 e recentemente defendeu sua Tese de Doutorado pela PUC-PR, cujo título é “Vida religiosa feminina na Amazônia entre 1970 e 2020: contribuições para uma Igreja com rosto amazônico e uma ecologia integral”, a qual teve como objetivo geral contribuir com a ação evangelizadora da Igreja na Amazônia, a partir da atuação da Vida Religiosa feminina. Nos três primeiros anos do seu doutorado Ir. Ivoneide teve como orientador o Professor Agenor Brighenti e no último ano, o Professor Rudolf von Sinner.
Sobre a tese ora premiada, caracteriza-se como um estudo teológico sistemático-pastoral no qual se buscou: revisitar a história da Igreja na Amazônia descrevendo as formas de presença missionária; apresentar realidades e desafios da Amazônia para a missão da Vida Religiosa feminina na região; abordar a atuação missionária das religiosas na Amazônia, especialmente das Irmãs Franciscanas de Maristella; caracterizar, em chave decolonial, a perspectiva missionária, averiguando a contribuição do pensamento decolonial, da ecoteologia feminista e da tradição eclesial latino-americana que questionam o colonialismo e o patriarcalismo e por fim, esta pesquisa apontou novos caminhos de presença missionária da Vida Religiosa feminina na Amazônia em prol de uma Igreja com rosto amazônico e uma ecologia integral, a partir do Documento de Santarém atualizado em seu cinquentenário, bem como a partir do Documento Final do Sínodo da Amazônia e a Exortação Apostólica pós-Sinodal Querida Amazônia, que trazem pistas para a ação evangelizadora da Igreja na Amazônia e portanto, para a atuação missionária da Vida Religiosa feminina na Região.
Como contribuições desta pesquisa, a autora destacou a urgência de uma missão na Amazônia que leve em consideração a justiça socioambiental, ou seja, o compromisso com a vida do ser humano e da Mãe Terra; a consciência de que é relevante a presença e atuação da Vida Religiosa feminina na Amazônia e por isso é bom que seja documentada, visibilizada e a esperança de que a Igreja Católica, não apenas na Amazônia, mas no mundo inteiro, possa se abrir sempre mais aos sinais dos tempos e ampliar os espaços de participação da mulher, reconhecendo seu valor, capacidades e dignidade.